Prognóstico Argentina - Croácia (Mundial)

A Argentina é apontada como favorita para este encontro com a Croácia. As odds para o triunfo dos sul-americanos (1.88 em média) permitem ganhar mais de 80 cêntimos por cada euro apostado, ainda assim um montante significativo. Já a vitória balcânica é considerada improvável - a Croácia só venceu um do seus cinco jogos na prova -, com odds de 4.50, enquanto o empate surge cotado a 3.35. Já nos mercados de golos a aposta mais interessante parece ser a de menos de 2,5 golos, com odd de 1.60, por se tratar de um jogo a eliminar e também por força da capacidade defensiva da seleção europeia.

De uma derrota que fez soar os alarmes e até antecipar cenários de debacle à presença nas meias-finais e porventura ao estatuto de principal candidata ao título: eis o percurso da Argentina neste Campeonato do Mundo do Qatar. A seleção comandada por Lionel Scaloni, em busca do terceiro título da sua história, arrancou com uma impensável derrota frente à Arábia Saudita (1-2) - à partida o adversário mais frágil dos sul-americanos na primeira fase -, mas venceu depois os dois jogos seguintes, contra México (2-0) e Polónia (2-0), acabando assim por ganhar o grupo, deixando a segunda posição para o conjunto do Leste da Europa.

Nos oitavos-de-final, os argentinos defrontaram a Austrália - que tinha ficado em segundo no grupo da França -, vencendo por 2-1. Não foi uma exibição brilhante do sul-americanos e um autogolo do benfiquista Enzo Fernández (remate desviado), quando a Argentina vencia por 2-0, ainda deu alguma emoção à parte final do encontro. Já nos quartos-de-final, a formação das Pampas teve pela frente os Países Baixos, num dos duelos mais escaldantes do certame - e aquele que teve mais cartões (18!) na história da prova. A equipa da América do Sul esteve a ganhar por 2-0, permitiu o 2-2 que levou a decisão para o prolongamento e acabou por se impor nos penáltis.

Já a Croácia - finalista vencida em 2018 na Rússia, onde até enfrentou a Argentina na fase de grupos, ganhando por 3-0 - chega às meias-finais depois de ter vencido somente uma partida no tempo regulamentar. Foi na segunda jornada da fase de grupos, frente ao Canadá, por 4-1. Antes, na estreia, a seleção balcânica tinha empatado a zero com Marrocos - outro dos semifinalistas depois de ter deixado Portugal pelo caminho - e na terceira ronda registou nova igualdade sem golos, desta vez um nulo no encontro com a Bélgica - num jogo em que os diabos vermelhos desperdiçaram ocasiões em série, acabando afastados da competição. A Croácia terminou assim em segundo lugar no grupo, atrás dos Leões do Atlas.

Nos oitavos-de-final, a equipa de Zlatko Dalic mediu forças com o Japão - que na fase de grupos bateu Alemanha e Espanha -, num duelo em que os nipónicos marcaram primeiro, a fechar a primeira parte. Os balcânicos reagiram, conseguindo o empate (1-1) e adiando a decisão primeiro para o prolongamento e depois para o desempate por penáltis. Aí, o guarda-redes Livakovic brilhou e a Croácia apurou-se. O filme repetiu-se nos quartos-de-final, agora contra o candidato Brasil. O nulo sem golos só se alterou no prolongamento (1-1), com os canarinhos a adiantarem-se e os croatas a responderem a poucos minutos dos 120. Nos penáltis, a seleção europeia assegurou a qualificação.

Qualquer um dos semifinalistas deste Mundial do Catar promete fazer história ao vencer, tornando esta edição inesquecível para os adeptos do futebol. Neste caso em concreto, o povo argentino acredita numa espécie de profecia, protagonizada por Messi enquanto herdeiro de Maradona, ícone do futebol que deu ceptro mundial à Argentina. Será a segunda final de um Mundial do astro do PSG, que se vencer tornar-se-á definitivamente no equivalente do seu ilustre predecessor. A ‘fé’ é a palavra que caracteriza mais esta equipa argentina. Do lado da Croácia, chegar a uma final já é motivo de orgulho, mas estar presente numa segunda final consecutiva, acabará por elevar definitivamente o futebol croata ao nível das melhores nações do planeta. E se vencer? Obviamente que ninguém se poderia esquecer da vitória daquele pequeno país com menos de 4 milhões de habitantes, liderado pelo consensual maestro Bola de Ouro 2018, Luka Modric! O espírito coletivo e de sacrifício é o que move esta seleção axadrezada que pretende fazer o impossível e lamber as feridas abertas há quatro anos.